THAÍS LEMOS
Jornalista, marketeira e escreve sobre tudo e qualquer coisa
Desde que nasci, não me lembro de um único ano novo que passei sem vontade de chorar. Como assim, um ano chega, me dá 365 dias (que nem sempre são bons, mas mesmo assim) e todo mundo quer dar uma festa para o ano que tá chegando, sem ao menos me dar a chance de dizer tchau para o que se vai?
E aí eu fico com a sensação de que o ano velho se transforma em um fantasma, quase que esquecido. Ele se despede sozinho, carregando consigo tudo aquilo que fomos, que vivemos e o que suportamos. Enquanto isso, o novo ano entra pela porta principal, recebido com fogos e promessas que quase sempre se perdem no caminho.
Talvez, eu chore porque sinto que cada fim também se torna um inventário de tudo aquilo que ficou por dizer, de todas as possibilidades que não aconteceram, e daquilo que não volta nunca mais. Não há champanhe que esconda tudo isso.
Mas, ainda assim, eu enxergo a importância desse ritual. Porque em cada despedida silenciosa, eu aprendo a dar valor aos fragmentos da vida que também vão embora sem aviso. E no dia 1º de janeiro, quando o ano passado já passou, eu me lembro que tudo também passa. Só nos resta o aqui e o agora.



0 comentários